sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A Menininha e o Circo






Era uma vez... uma menininha que morava num circo. Pela manhã, brincava com os blocos construindo cidades para onde o circo poderia ir. Depois ela vai visitar todos os cantos do circo...


















...cada vez um lugar ou  vários. Sem muito pensar ela vai aos aposentos encantados do casal mágico... ela brincava com o coelho, abria a gaiola e queria agarrar os pássaros... se encantava com a cacatua! queria falar com os periquitos, dava comida aos pombos... puxava as penas do Peppe, o galinho amestrado... tudo isso bem depressa, não havia tempo a perder. Ela conversava com o mágico... imitava a partner, mão na cintura sorriso no rosto...










...e ela queria perguntar e aprender cada truque e façanha! Quando escutava a mamãe chamar se escondia atrás da cortina... fazia que desaparecia! Entrava na caixa mágica e se materializava no camarim... onde o mundo de cores era tão grande... antes que papai a encontrasse, ela fazia a mais expressiva das maquiagens, com todos os tipos de referências... as bailarinas, os palhaços.





Então colocava os sapatos mais altos e corria para o picadeiro e na plateia estava o maior público imaginado. O número da menina tinha dança, com e sem fogo, palhaçada, mágica, voava no trapézio e depois de muitos Gran Finales... se despedia do público.











...ela ia até depois da cortina e voltava quantas vezes ela achasse necessário naquele espetáculo. A manhã acabava logo, era só o tempo antes da lona esquentar e ter que ir lá para fora, desenhar ou brincar de correr, pular, subir, descer... essas coisas todas que as crianças sabem fazer! À tarde iria ter soneca e depois de uma ida no mundo lá fora, haveria espetáculo com todos seus seres mais amados... todos em plena forma, esplendorosos, fazendo o espetáculo que ela sonhava acordada e dormindo.








As bailarinas entravam ao som de uma música triunfal... depois se juntavam à elas todos os outros artistas dançando e mostrando suas habilidades. Os palhaços mais amados entravam e toda a alegria do mundo parecia estar ali! Ele caia, ela gritava... Boa noiteeeee, cara de açoite! Ele nem acreditava... e dizia que se é pra rimar... tudo bem, cara de trem! Também tinha história de fazer medo com a Dona Alma, o caveirão! E sempre que o cachorro invisível da Ferrugem chegava, ela corria atrás dele e uma vez, na verdade duas, entrou em cena!!!











O mágico aparecia em cena com sua partner e encontrava cartas, de baralho, do nada! Fazia aparecer e desaparecer pássaros, coelhos e garrafas... brincava com as crianças de se dividir ao meio... regenerava cordas cortadas! fazia uma mesa levitar e ainda fez nevar!















O Trapezista chegou junto com a luz... subiu no tecido para encontrar o trapézio lá em cima e voava! Ela voava junto toda vez... avisava para a criança do lado: Yuli lá em cima!!!
















No Monociclo, o Equilibrista e sua partner. Deslizando sobre o picadeiro... subindo e descendo escadas, cuidado menino! Ele ia bem lá no alto com o maior monociclo do... mundo!











Lá vinha o homem que brincava com fogo... que assusta e ao mesmo tempo seduz! Com bastões malabarizava o fogo, desafiava as altas temperaturas com as mãos e não satisfeito cuspia labaredas!











O Papai também era mágico... e era tão engraçado quando ele entrava no picadeiro. Ele vinha com os cabelos espetados e olhava todo envesado! Fazia explodir o celular do espectador pouco avisado, mas depois ele aparece... uffa! Na caixa flutuante muitas bailarinas aparecem e desaparecem... mas a mais linda que eu vi foi a menininha!















No circo tinha pipoca, algodão-doce, maça do amor, tinha bala, chiclete, chocolate... suco... água... rsrsrs













Depois que o dia acabava... a menininha escovava o dente e ia dormir com a mamãe e com o papai na barraca, descansar e amanhã recomeçar tudo diferente...









terça-feira, 28 de outubro de 2014

Cortina de fumaça

Porto Velho, 21 de Agosto até 5 de Outubro.




A viagem de Vilhena para Porto Velho foi longa, um dia de carro, mas foi tranquila... o cair da tarde foi tão tristemente lindo. Com as queimadas no caminho a fumaça era tanta que dava para olhar o sol sem nem franzir a testa... era apenas uma bola alaranjada no céu... lindo, mas trágico... Durante a viagem Flora foi ótima, brincávamos e cantávamos as músicas da Ferrugem... no fim do dia ela estava repetindo Avorrai e Uma históóória de amorrrr de aventura de mágiaaa... de tanto a gente escutar! Chegamos à noite na cidade, sentíamos o ar pesado e quente... doía no peito respirar! Óleo de eucalipto ajudou muito com a Flora... e já pedia no banho: Calipto mamããããe! Felizmente depois de uns dias, caiu uma chuva e melhorou bastante o ar. 

Estávamos numa quitinete, e não havia possibilidade de irmos morar no circo desta vez! Precisávamos de espaço e fomos dar uma volta no bairro pra ver o que tinha. Eramos vizinhos do shopping, onde o circo estava sendo montado, mas logo percebi que não dava para ficar com Flora muito tempo dentro do shopping, por trás do shopping tinha o parque da cidade... um espaço bem legal, com um lago, patos, tracajás (tartarugas), pombos (ratos urbanos), parquinho (metade dele não estava quebrado), água de coco (à venda) e também aconteciam eventos no anfiteatro, fomos no palco giratório do sesc... assistimos A bomba H_______. foi muito bom! e depois Romeu e Julieta durante a festa de aniversário do sesc, onde Flora foi no pula-pula, desenhou, escutou histórias da biblioteca itinerante, também teve desenho na mão, aprender como escovar os dentes, banda de música do exército... enfim foi bom demais! Esses foram os dois eventos em que fomos no parque, mas sempre íamos lá,  o melhor horário era no cair da tarde... íamos pra desenhar, dar comida aos patos, brincar com amigos instantâneos e eu até conseguia conversar com algumas mães e avós...

Pacelli morou por aqui há 32 anos, eu já era curiosa de ver lugares dos quais ele falava, então fomos turistar pela cidade com algumas referencias sentimentais... pegamos um ônibus, que desde Natal não pegávamos, e fomos direto para o rio Madeira com a estrada de Ferro Madeira - Mamoré como portal. Estava muito quente, ainda bem que a parada era próxima ao lugar desejado... vimos os trens os galpões, o rio que transbordou no inicio do ano e alagou quase tudo em volta... ele subiu muito, segundo Pacelli, o rio Madeira não é mais aquele de tempos atrás... está assoreado. Fomos no mirante e depois subindo nas ruas do centro fomos às três Marias e á casa de cultura... andamos pelas ruas do centro (e eu sempre pensando naquela minissérie Estrada Madeira -Mamoré)... Nós nos torramos no sol de Porto Velho! Mas também já estavam começando as chuvas... pegamos algumas tempestades nesses passeios!

No circo Flora participou da sua primeira cena no picadeiro! Foi com os palhaços e foi demais!!! Vou colocar vídeo aqui!

Um dos lugares mais legais que fomos quando estávamos em Porto Velho foi o rio Preto... que não é em Porto Velho! E Fomos duas vezes, nenhuma com Pacelli... era longe e só conseguimos ir porque fomos com uma prima de Flora que mora em Porto Velho, a nossa sobrinha Kinha. A Flora também brincou demais com os cachorros de Kinha, Bartô e Bella, foram tardes maravilhosas para ela, com certeza!

Completamos 1 ano de viagem e 10 cidades... Flora foi uma verdadeira camaleoa! Mas até na constante mudança a pedra criou limo!

Tudo estava bem para Flora, mas havia chegado a hora de voltar para Natal... eu meio que planejei esse fim, esta partida, desde algumas cidades atrás. E quando o bichinho do "tem que mudar" gritou mais alto. Me senti triste, porque Pacelli iria ficar e sem ele é tão difícil! Mas também senti que era mesmo hora de voltar e mais... de voltar à trabalhar (aquele trabalho remunerado que paga as contas), então eram muitas despedidas. Eu já sentia sua falta... e sabia que Flora também sentiria... Cada pedacinho de tempo com Pacelli era intenso demais! Pensei que deveria ter tirado mais fotos, filmado mais... mas depois desencanei. O mais importante de tudo nós fizemos, por todo esse ano de viagens com o circo, ficamos juntos e compartilhamos momentos maravilhosos que as fotos e filmes não conseguirão, jamais, refletir completamente! Por isso, muitos momentos foram só para serem vividos... senti-los fortemente e tatuá-los na nossa memória!


Diálogo papaflorístico:


Flora: Eu vou na casa da vovó?

Papai: Vai sim!!!

Flora: Você veeeem papai?

Papai: Não vou agora... mas papai vai sim!

Flora: ahhhhhh...

Acho que foi assim...